terça-feira, 12 de outubro de 2010

Móvel

Foi uma autêntica dor de cabeça definir que tipo de móvel deveria utilizar. Nenhum dos modelos existentes no mercado se ajustava às minhas necessidades e gosto pessoal. Muitos, até achei demasiado frágeis para o peso que iriam suportar. Ainda cheguei a pedir dois orçamentos mas, para além de achar caro, não gostei dos acabamentos e do modo como estavam construídos os modelos que tive oportunidade de ver. Como tenho conhecimentos de carpintaria, decidi fazer o móvel sozinho.
Primeira dúvida: vai ser todo em madeira ou vai ter uma estrutura em ferro? Qual a cor a utilizar, uma vez que já sabia à partida que não iria encontrar nada igual à mobília que tenho em casa.
Decidi-me por uma estrutura toda em madeira de cor carvalho. Ajustava-se perfeitamente com as aduelas e portas da minha casa. Queria fazer um modelo semelhante ao ADA mas, estruturalmente não ficaria bem. Desenhei uns esboços à mão e acabei por encontrar uma boa solução para os meus problemas.
Efectuei muitos cálculos para que ficasse tudo perfeito sem folgas excessivas ou falta delas. Depois fui ao AKI (sim, porque infelizmente a cidade onde moro mais parece uma aldeia e nem uma carpintaria encontrei), comprei a madeira (aparite laminado de 16mm) e mandei cortar. Depois foi só meter mãos à obra.
Já sei. Estão a pensar que 16mm é pouco numa estrutura que terá de suportar 225 litros de água mais os 48kg do aquário. Avaliem a solução tomada.


Madeira cortada e pronta para ser trabalhada.

Esta é a orla que utilizei. Tive de mandar cortar todos os lados das placas porque o AKI vende as placas já com todos os lados orlados, mas não vende orla igual à que está nestas placas. Além disso, a experiência exige que seja sempre cortada a madeira em todas as faces. Isto porque elas vêm de fábrica mal cortadas. As esquadrias raramente estão bem. Fazer um móvel com madeira toda torcida, nem pensar.


A preparação das placas começa por orlar todas as faces, ou pelo menos as que vão ficar visíveis. Nas fotos que se seguem temos o corte, aplicação a quente e decalque da orla. Enquanto está quente se passar-mos com uma chave num e noutro sentido, o ajuste à madeira será perfeito.






Finalizada esta fase, passemos ao corte.


Após o corte do excesso de orla, orlei as outras faces que ficariam vísíveis. É um trabalho demorado e aborrecido.

O passo seguinte é dos que mais rigor exige: a furação. Para encaixar as peças umas nas outros, servi-me de cavilhas de madeira coladas. Como tudo tem de encaixar na perfeição, tive que recorrer a algumas ferramentas para me ajudar mas mesmo assim, nem sempre foi fácil. Furar com berbequim nem sempre se consegue uma perpendicular perfeita e o risco de desvios é muito comum. Felizmente, tudo correu sem percalços.




Após muitos furos, chegou a hora da verdade: montar o móvel. Foi nessa altura que pude ver se os meus cálculos tinham sido bem feitos.

A minha oficina improvisada foi a cozinha ou o Hall de entrada, dependendo do trabalho.
Montei dois blocos destes que estão na foto em cima. Deste modo consegui trabalhar melhor porque as peças eram mais pequenas mas o mais importante, consegui dar a robustez que pretendia.



Além das cavilhas de madeira (coladas), apliquei parafusos próprios para mobiliário que ficam com a cabeça embutida na madeira. É um reforço extra.  

Os dois blocos prontos para a fase seguinte: união

Recorri a muitos parafusos para unir os dois blocos apenas porque os queria bem juntos.

Aqui está o segredo deste meu trabalho: ilhargas duplas. Deste modo consido reforçar a estrutura e escondo todos os parafusos e cavilhas que estavam visíveis.



Este pequeno pormenor é muito importante como poderão ver mais à frente.


A colocação do tampo.


Já deu para perceber como é que as portas vão ficar.

Só após esta fase pude saber as medidas exactas das portas. O processo de corte, orlar, etc, foi o mesmo já descrito. Mas aqui existe algo diferente, as dobradiças das portas. Vejam as fotos.










Prontinhas. Só faltavam nesta altura montar.

Nesta altura achei que o tampo não oferecia a resistência que eu pretendia. Solução: tampo duplo. Optei pelo mesmo sistema de parafusos. Em cima aparafusei o primeiro tampo à estrutura e o segundo tampo foi aparafusado de dentro para fora. Mais uma vez, os parafusos ficaram invisíveis.





Quase concluído. Aqui só faltavam os rodapés e também encontrei uma forma de os tornar amoviveis. E porquê esta minha preocupação? Porque quando for para colocar o móvel no seu lugar definitivo, posso "calçar" a parte de trás. Infelizmente, o ladrilhador que colocou o chão na minha casa, deve ter tirado o curso por correspondência e não sabia que aquilo tinha de ficar na horizontal.


Sistema de ímanes. Fácil de tirar sempre que necessário.

Concluído. Valeu a pena o esforço.

2 comentários:

  1. Ola estava vendo seu projeto e queria te dar os parabens pelo movel ficou excelente e muito bonito, estou com o mesmo plobrema quero um movel para meu aquario que estou montando mais nao acho um que se encaixe perfeito comigo. Quanto saiu o preço total pra você fazer este movel? e se fosse pagar pra um marcineiro quanto acha que sairia? abraços

    ResponderEliminar
  2. Olá.
    Peço desculpa por só responder agora mas nunca tinha reparado no comentário. A madeira foi comprada no AKI e sei que me ficou mais caro por comprar pranchas e depois mandar cortar. Se tivesse comprado numa carpintaria, sei que uma prancha andaria por volta dos 50 euros. No móvel que fiz, gastei mais ou menos uns 150 euros ou pouco mais. Fui saber a uma carpintaria e o preço do móvel ficava-me entre os 250 e 350 euros. Dos exemplos que vi, a qualidade era muito inferior. Também achei que estavam mal construídos e pouco resistentes.

    Espero ter ajudado.

    Cumprimentos,

    Joaquim

    ResponderEliminar