Rochas

Este é sem dúvida o inerte que mais me espantou ver nas lojas vendido a peso de rocha preciosa. Tenham dó, são calhaus. Os preços chegam até aos 10 euros por quilo ou mais. Qualquer rocha, dependendo da sua densidade, pesa mais de um quilo. Alguns calhaus chegam a vários quilos e quando chega a hora de pagar…

Como sempre, opto pelas alternativas mais vantajosas. Não gosto de deitar dinheiro fora. Assim, como me interesso muito por geologia, fui ao site do LNEG – Laboratório Nacional Energia e Geologia I.P., analisei a carta geológica 1:500.000 (link)e debrucei-me sobre a região alentejana, mais precisamente sobre a Évora, Reguengos de Monsaraz, Mourão, Barrancos e muitas outras, delimitando as zonas onde existem afloramentos xistosos.

Verifiquei que na zona norte da Barragem do Alqueva, abundam afloramentos xistosos. Num belo dia de verão, fui passear com a família para essa zona que ainda não conhecíamos e, por lá parei o carro à borda da estrada. Foi só carregar rocha para dentro do porta-bagagem. Com o entusiasmo só em casa me apercebi que tinha trazido 40 quilos de xistos. Juntei o útil ao agradável e fiquei mais do que satisfeito.

Xistos recolhidos à beira da estrada. Era só escolher. Custo zero.

Aqui está apenas uma parte do que pensei em utilizar neste projecto.

Troncos

Outro roubo a olhos vivos. Pedem fortunas por bocados de madeira, supostamente tratada para aquariofilia. Como é difícil encontrar alternativas para este material que vai ficar submerso, comprei, paguei e nem quis pensar mais nisso.

Troncos Red Moor Wood

Foi muito difícil escolher estes troncos. Passei um tempão a dar a volta à "lenha" que estava na loja. Já me sentia incomodado por tanto remexer, mas é mesmo assim. Por fim acabamos por trazer algo que não é perfeito, mas acho que isso não existe. A beleza virá se a composição do layout ficar bem feita.

Substrato

Se existe um produto que considero dispendioso para quem quer ter um aquário plantado, são os substratos. No mercado existem duas marcas de qualidade reconhecida: ADA e ELOS. Outro dilema. Como precisava de pelo menos 20 litros (pelos meus cálculos), fiz contas e considerei os valores um completo absurdo. Mais uma vez dei início a várias pesquisas pela internet e pelos fóruns de aquariofilia. Neste último consegui muitas informações valiosas. Também reparei que neste tipo de fóruns existe muito boa gente que opina sem ter qualquer experiência válida para determinados assuntos. Vale a boa vontade, mas por vezes isso não chega.

Como me recusava a pagar uma fortuna pelos substratos de marca, deixei a coisa pela metade, ou seja, comprei algumas coisas da ADA e ELOS, mas o resto foi segundo o critério qualidade/preço.

Na foto estão dois sacos de outras montagens: Aquacare, substrato fértil e Elos Terra. Acabei por não utilizar o saco da Tropica porque este acaba por se tornar numa "papa" que não gosto. Quando desmontei o aquário pequeno para dar início a este projecto, pude ver isso. O Elos Terra como só tinha menos de meio-saco, acabei por colocá-lo junto às rochas para ajudar a criar relevo.

Gostaria de ter utilizado tudo da marca Elos ou ADA pelo qualidade de ambos os produtos, mas não se pode ter tudo.

 Para dar um pouco mais de consistência a este projecto, utilizei também este fertilizante de fundo. Segundo o experiente FAAO, os resultados são muito positivos.

Como substrato principal utilizei Akadama. Estive sempre muito reticente sobre este produto, mas acabei por não ficar desapontado. Poderia ser melhor, mas também não posso dizer que seja mau.

Aquário (tanque)

Aquário

Aqui tinha duas exigências: qualidade de acabamentos com silicone transparente e aquário sem travamentos.

Pedi 4 orçamentos e só para terem uma ideia para um aquário destas dimensões, 100x45x50, os valores foram:

Orçamento 1: 90 euros

Orçamento 2: 110 euros

Orçamento 3: 130 euros

Orçamento 4: 199 euros

Optei pelo orçamento 2 porque me agradou bastante os aquários feitos por este fabricante.

Antes de colocar o tanque em cima do móvel. Fiz um teste de estanquicidade. Enchi de água e mantive-o cheio durante uma semana para observação.

Coloquei o tanque na cozinha com uma placa de esferovite e ficou pronto para encher.

Primeiros baldes... muitos ainda estavam para vir.

Fase de observação. Fui verificando o vidro, as juntas e se existia alguma fuga de água.

Ao fim de muitos baldes...

O final aproxima-se.

Enchi mesmo até acima mesmo que depois de montado, não fique ao nível deste teste.

Deixei o tanque cheio durante uma semana. Durante esse período fui observando com muito cuidado as juntas, o vidro e se existia água ou humidade fora do tanque. Tudo me pareceu bem e depois dei início ao esvaziamento do aquário. Não deitei a água fora. Fui aproveitando, balde a balde nas utilizações sanitárias.

Aquecedor/termóstato

Não sei se existe alguma regra para os aquecedores em relação aos litros de água tal como existe nos filtros. Por isso, optei como adquirir um aquecedor Jäger de 150W para uma relação de 200-300 litros. Pensei em adquirir o modelo de 200W (300-400 litros) mas rapidamente foi excluído das minhas preferências pelo seu comprimento de 400mm.

Sistema de CO2

Todos os Kits de sistemas de CO2 destinados à aquariofilia, na minha opinião, são excessivamente caros. Opção, improvisar.
Analisei o que iria precisar em separado: garrafa, difusor, redutor e válvula solenoide pelas lojas on-line assim como, em algumas lojas físicas no que respeita aos preços e marcas.
Comecei pela garrafa. Fui a uma loja de extintores e acabei por comprar um extintor em segunda mão, cheio de 2kg por 20 euros. Estava um pouco mal tratado mas após uma pintura, ficou impecável. O restante material, adquiri onde a relação qualidade/preço se ajustava mais aos meus objectivos.

Extintor de CO2

Apesar do mau aspecto, foi uma boa compra. Muito trabalho pela frente...

Já faltou mais...

Está quase...

Finalmente o trabalho de decapagem acabou. A fase seguinte, pintura.

Ficou bonito, temos de reconhecer.

Apliquei 3 camadas de tinta spray em lata. Não ficou igual à pintura de um Ferrari, mas esteve perto.
Foi muito complicado fazer este trabalho. Não podia pintar dentro de casa, por isso fui para a caixa de escada do prédio onde moro, só utilizada por mim. Forrei tudo a jornal e foi só dar ao dedo. A terceira camada já teve de ser na rua. Mal conseguia respirar naquele pequeno hall.

A fase seguinte passou por retirar o difusor de CO2 e colocar redutor e válvula solenoide tal como está exemplificado em baixo. Reparem no tipo de rosca que foi utilizada, DIN 477. Existe outro tipo de rosca mas é uma norma americana e não serve para estes extintores.





Sistema de CO2 concluído.

Tirando o esforço de ter lixado e pintado o extintor, tudo o resto foi fácil. Fiquei com um excelente sistema de CO2 por menos de metade do preço de KIT destes com as mesmas capacidades.

Filtragem

Antes de adquirir o filtro só tinha uma certeza, a marca. Tinha de ser EHEIM. Isto porque é uma marca reconhecida no mercado e em caso de avaria, é fácil encontrar peças sobresselentes.
Optei pelo EHEIM Professional 2075 (1250L/h). Esta foi a minha primeira compra deste projecto.

Não tirei nenhuma foto do filtro antes de dar início ao projecto, por isso coloco esta dele já em funcionamento.

Projecto 225 Litros

A iniciativa deste projecto resultou de um ano de intensa investigação. Durante esse período pesquisei essencialmente na internet em fóruns e blogs relacionados com a aquariofilia e aquascaping ou aquapaisagismo (termo em português), as mais diversas informações sobre filtragem, iluminação, plantas, substratos e técnicas de manutenção diversas.
Já me tinha iniciado com um pequeno aquário de 22 litros, pensando eu que, desta vez, seria mais fácil de manter. Concluí que estava errado. A inexperiência e dificuldades em conseguir manter um biótopo saudável destas dimensões depressa me desmotivaram.
Decidi avançar para algo maior onde pudesse dar largas à imaginação. Tendo em conta o espaço disponível em casa, optei por adquirir um aquário com as seguintes dimensões: comprimento 100 cm, altura 50 cm e largura 45 cm. Isto resulta no total de 225 litros brutos.
Tendo já definido o tipo de material a utilizar, seguiu-se uma pesquisa de preços pelas diversas lojas físicas e on-line. Foi a partir daqui que a carteira começou a ficar mais leve.