quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Algas

Não deve existir neste mundo nenhum aquariofilista que não tenha tido problemas com algas. Eu já tinha tido no outro aquário que tenho, mas nada semelhante ao que me surgiu neste novo aquário.
Nos primeiros dias de vida do aquário não coloquei nenhum tipo de fertilizante porque não era necessário. O substrato era jovem e tinha neste momento muito para oferecer às raízes das plantas. Apesar do bom crescimento das plantas, as mesmas não conseguiam absorver a totalidade de nutrientes existentes na água e assim, deu-se o primeiro surto de algas.
Todos os dias fazia Trocas Parciais de Água (TPA) mas isso não era suficiente para combater as algas. Assim, todos os dias utilizava uma escova de dentes já fora de uso para "enrolar" os pequenos filamentos de algas como se estivesse a enrolar esparguete. Foi um processo que resultou muito bem apesar do trabalho de paciência necessárias para efectuar este tarefa.




A paciência é uma virtude e se por vezes me falta para umas coisas, neste caso tive a calma e paciência necessárias para lutar contra esta "praga" filamentosa.
A recompensa surgiu ao fim de um mês. Quase de repente as algas desapareceram e o aquário ganhou a merecida beleza que se encontrava camuflada pelo indesejável manto filamentoso.


Adeus algas...

Primeiros dias

Após a montagem definitiva, passei para outra fase: a observação e controlo. Sendo um aquário novo, tudo estava a começar do zero. Ainda não existia uma colónia de bactérias porque o ciclo do Azoto ainda mal tinha começado, daí que não tenha tido pressa em colocar os primeiros peixes.
Ao fim de uma semana já pude verificar que as plantas apresentavam um ligeiro crescimento tal como se pode ver nas fotos em baixo.



Tudo parecia estar a correr bem. As plantas estavam a ficar bonitas, excepto a Blyxa jipónica. Mas não me preocupei muito porque achei que era apenas uma questão de tempo até a planta se adaptar às novas condições.

Montagem III

Finalmente as plantas chegaram. Fui buscá-las directamente ao vendedor ao fim do dia, uma sexta-feira e nessa noite por volta das 22 horas dei início aos trabalhos. Mas antes de tudo, mergulhei as plantas dentro de um recipiente com produto anti-caracóis aplicado em dose tripla. Quis eliminar qualquer rastejante antes de entrar no aquário.

Comecei por preparar todas as plantas. As espécies de folhas menores, tais como a Glossostigma elatinoides e Hemianthus callitrichoides ''Cuba'' foram as que mais trabalho deram. As plantas de caule, como por exemplo a Rotala rotundifolia foi só separar os ramos e individualiza-los em grupos.




Enquanto preparava as plantas, fui introduzindo a água no aquário muito lentamente. O substrato tinha de estar pelo menos húmido.



Comecei pelas plantas mais pequenas e que ocupariam a frente do aquário. Na verdade, na altura nem sabia por onde deveria começar.

A espécie Riccia fluitans e Microsorum pteropus ficaram temporariamente nos locais que podem ver na foto em cima. Mais tarde com o desenvolvimento das outras plantas decidiria o local definitivo das destas.


Plantio da Rotala rotundifolia.

Primeira foto tirada com o aquário plantado e já com água. Esta foto foi tirada hás 6.27 da manhã. Fiz uma directa para conseguir finalizar este projecto. Por voltas das 7, fui dormir.

Dormi umas 5 horas e quando acordei fui logo acabar uma última coisa: ligar o filtro externo. Na foto de cima deixei um pequeno filtro de cascata apenas para dar um pouco de movimento à água, assim como reter a maior parte das impurezas que se encontravam em suspensão.
Na foto de baixo já se pode observar o Inflow e Outflow do filtro.


Na foto em cima vejo o meu primeiro erro. Plantei as plantas muito juntas.




O equipamento a funcionar: Filtro Eheim 2075 e garrafa de CO2.


Conclusão da montagem, mas não do projecto porque este só acaba no dia em que desmontar tudo.
Os próximos dias foram de observação. Foi um alívio poder arrumar as ferramentas e a casa.

Montagem II

Estavam neste momento quase reunidas todas as condições para começar a montagem. Tinha tudo excepto a última encomenda de plantas. Por isso, decidi começar a criar o layout.
Comecei por colocar no fundo o substrato fértil ADA Power Sand M (grão médio) e S (grão pequeno). A razão de colocar substrato de grão diferente não foi intencional. No momento da encomenda só havia estes dois sacos e para não esperar mais, comprei os dois.

Para dar mais um pouco de "power" ao substrato, apliquei este produto da Elos, espalhando bem por toda a superfície.

Entretanto fui dando umas marteladas nas rochas para as deixar dentro das dimensões desejadas. Os troncos já tinham sido colocados e as rochas além de comporem o layout, também iriam segurar os troncos. Caso contrário, quando colocasse a água, depressa ficariam a boiar.

As rochas maiores foram partidas na rua. Aqui apenas dava os pequenos retoques nos xistos a utilizar.


Já com algumas rochas colocadas, espalhei a segunda camada de substrato fértil da marca JBL. Pelas minhas pesquisa pouca informação encontrei sobre este último produto, mas tal como já referi neste Blog, o dinheiro não chegava para investir em tudo "Topo de Gama".

Com todo o substrato fértil espalhado, comecei por espalhar a camada de substrato inerte, Akadama. As opiniões sobre a utilização no aquário são dispares. Nos sites e forúns li comentários positivos e menos positivos sobra a Akadama.
Arrisquei e o futuro me dirá se foi a decisão acertada.




Na foto de cima já tinha coberto toda a superfície com Akadama. É muito importante cobrir bem a camada inferior (fértil) porque se a mesma ficar em contacto com a coluna de água, as algas dificilmente se conseguem controlar.


Confesso que não fiquei muito satisfeito com a disposição dos troncos e das rochas. Qunado vemos na internet as montagens de aquários plantados, parece tudo muito fácil, mas na verdade, não é. Se fosse hoje já faria de modo diferente. Aprender é assim mesmo. Relembro que este é o meu primeiro projecto a sério. O nana aquário que tive primeiro, foi um completo fracasso.

Com a introdução das rochas, troncos e substratos, finalizei o layout. Ficou neste estado umas duas semanas devido ao atraso das plantas que me impediram de progredir e acabar este projecto.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Montagem I

Nesta fase já tinha tudo para iniciar a montagem do aquário. O móvel estava feito mas não estava testado. Quis saber se a estrutura estava capaz se suportar o peso de 225 litros de água, mais 48 quilos do aquário. O teste foi feito com aquilo que tinha à mão, água.
Consegui empilhar mais de 240 litros de água e mais alguns sacos de substrato para fazer o peso que queria. Reparem que retirei os rodapés do móvel para poder nivelar o móvel na parte traseira. O chão não está nivelado.

Ficou perfeito. Bem nivelado e sem oscilações.

Após este teste, retirei o peso de cima do móvel para colocar o tanque. Como a segurança está acima de tudo, coloquei uma esponja própria em cima do tampo do móvel onde sobre esta iria acentar o aquário. Assim, consegue-se anular pequenas irregularidades que possam existir entre ambas as superfícies.



Feito o teste de resistência do móvel e da estanquicidade do aquário, pude fazer a união que espero, por muitos anos.


Pormenor da esponja debaixo do aquário.

Ao longo deste projecto só tive ajuda uma única vez e foi no momento em que coloquei o aquário em cima do móvel. Sem esse par de braços extra, dificilmente conseguiria deixar a esponja debaixo do aquário completamente alinhada com o resto do conjunto.

Plantas

Vi vezes sem conta todas as montagens, independentemente da categoria em que se inseriam os aquários de todos os concursos de AGA Aquascaping Contest. Pretendia retirar ideias para o meu layout e das plantas a utilizar.
Idealizei algo simples no formato em “U”, desigual em ambos os lados. Próxima demanda, procurar as plantas. Não tinha muito por onde procurar, por isso, procurei nos locais que conhecia.
Fui a uma loja onde sei que comercializam plantas de Tropica e perguntei se para uma encomenda de vários vasos, me poderiam fazer um desconto. Um redundante não foi a resposta. Pior para eles. Parti para outro lado.
Face à nega recebida, enviei um e-mail para outra loja. Ainda espero pela resposta. Esgotado o meu magro leque de opções de lojas físicas onde obter plantas, parti para as lojas on-line. Não me arrependo. Comprei plantas em duas lojas diferentes a preços que se pode dizer, justos. Mais satisfeito, impossível.

Estas foram as primeiras plantas que recebi. Tive de improvisor e coloquei-as numa caixa de plástico até que viessem a segunda encomenda.
As espécies na foto são:
  • Blyxa japonica;
  • Pogostemon helferi;
  • Monosolenium tenerum;
  • Hemianthus callitrichoides ''Cuba'';
  • Fissidens fontanus;
  • Riccia fluitans;
  • Microsorum pteropus 'Narrow' (foi-me vendida como Narrow, mas claramente, não é)

Com a chegada da segunda encomenda (com uma semana de atraso), não pude esperar mais e nesse mesmo dia dei início à montagem do meu projecto. Em baixo estão as plantas tal como as recebi. Excelente qualidade.






 

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Móvel

Foi uma autêntica dor de cabeça definir que tipo de móvel deveria utilizar. Nenhum dos modelos existentes no mercado se ajustava às minhas necessidades e gosto pessoal. Muitos, até achei demasiado frágeis para o peso que iriam suportar. Ainda cheguei a pedir dois orçamentos mas, para além de achar caro, não gostei dos acabamentos e do modo como estavam construídos os modelos que tive oportunidade de ver. Como tenho conhecimentos de carpintaria, decidi fazer o móvel sozinho.
Primeira dúvida: vai ser todo em madeira ou vai ter uma estrutura em ferro? Qual a cor a utilizar, uma vez que já sabia à partida que não iria encontrar nada igual à mobília que tenho em casa.
Decidi-me por uma estrutura toda em madeira de cor carvalho. Ajustava-se perfeitamente com as aduelas e portas da minha casa. Queria fazer um modelo semelhante ao ADA mas, estruturalmente não ficaria bem. Desenhei uns esboços à mão e acabei por encontrar uma boa solução para os meus problemas.
Efectuei muitos cálculos para que ficasse tudo perfeito sem folgas excessivas ou falta delas. Depois fui ao AKI (sim, porque infelizmente a cidade onde moro mais parece uma aldeia e nem uma carpintaria encontrei), comprei a madeira (aparite laminado de 16mm) e mandei cortar. Depois foi só meter mãos à obra.
Já sei. Estão a pensar que 16mm é pouco numa estrutura que terá de suportar 225 litros de água mais os 48kg do aquário. Avaliem a solução tomada.


Madeira cortada e pronta para ser trabalhada.

Esta é a orla que utilizei. Tive de mandar cortar todos os lados das placas porque o AKI vende as placas já com todos os lados orlados, mas não vende orla igual à que está nestas placas. Além disso, a experiência exige que seja sempre cortada a madeira em todas as faces. Isto porque elas vêm de fábrica mal cortadas. As esquadrias raramente estão bem. Fazer um móvel com madeira toda torcida, nem pensar.


A preparação das placas começa por orlar todas as faces, ou pelo menos as que vão ficar visíveis. Nas fotos que se seguem temos o corte, aplicação a quente e decalque da orla. Enquanto está quente se passar-mos com uma chave num e noutro sentido, o ajuste à madeira será perfeito.






Finalizada esta fase, passemos ao corte.


Após o corte do excesso de orla, orlei as outras faces que ficariam vísíveis. É um trabalho demorado e aborrecido.

O passo seguinte é dos que mais rigor exige: a furação. Para encaixar as peças umas nas outros, servi-me de cavilhas de madeira coladas. Como tudo tem de encaixar na perfeição, tive que recorrer a algumas ferramentas para me ajudar mas mesmo assim, nem sempre foi fácil. Furar com berbequim nem sempre se consegue uma perpendicular perfeita e o risco de desvios é muito comum. Felizmente, tudo correu sem percalços.




Após muitos furos, chegou a hora da verdade: montar o móvel. Foi nessa altura que pude ver se os meus cálculos tinham sido bem feitos.

A minha oficina improvisada foi a cozinha ou o Hall de entrada, dependendo do trabalho.
Montei dois blocos destes que estão na foto em cima. Deste modo consegui trabalhar melhor porque as peças eram mais pequenas mas o mais importante, consegui dar a robustez que pretendia.



Além das cavilhas de madeira (coladas), apliquei parafusos próprios para mobiliário que ficam com a cabeça embutida na madeira. É um reforço extra.  

Os dois blocos prontos para a fase seguinte: união

Recorri a muitos parafusos para unir os dois blocos apenas porque os queria bem juntos.

Aqui está o segredo deste meu trabalho: ilhargas duplas. Deste modo consido reforçar a estrutura e escondo todos os parafusos e cavilhas que estavam visíveis.



Este pequeno pormenor é muito importante como poderão ver mais à frente.


A colocação do tampo.


Já deu para perceber como é que as portas vão ficar.

Só após esta fase pude saber as medidas exactas das portas. O processo de corte, orlar, etc, foi o mesmo já descrito. Mas aqui existe algo diferente, as dobradiças das portas. Vejam as fotos.










Prontinhas. Só faltavam nesta altura montar.

Nesta altura achei que o tampo não oferecia a resistência que eu pretendia. Solução: tampo duplo. Optei pelo mesmo sistema de parafusos. Em cima aparafusei o primeiro tampo à estrutura e o segundo tampo foi aparafusado de dentro para fora. Mais uma vez, os parafusos ficaram invisíveis.





Quase concluído. Aqui só faltavam os rodapés e também encontrei uma forma de os tornar amoviveis. E porquê esta minha preocupação? Porque quando for para colocar o móvel no seu lugar definitivo, posso "calçar" a parte de trás. Infelizmente, o ladrilhador que colocou o chão na minha casa, deve ter tirado o curso por correspondência e não sabia que aquilo tinha de ficar na horizontal.


Sistema de ímanes. Fácil de tirar sempre que necessário.

Concluído. Valeu a pena o esforço.